segunda-feira, 2 de março de 2015

No capítulo 2 do Evangelho Segundo João, nos relata um incidente ocorrido quando “Jesus subiu para Jerusalém”, pois havia se aproximado “a páscoa dos Judeus”. (João 2:13) É primavera, Jesus e seus discípulos, como judeus piedosos, estão a caminho de Jerusalém, para comemorar a Páscoa de 30 EC. Quando nosso Senhor chega lá, Ele tem uma surpresa desagradável. Judeus materialistas haviam se aproveitado da Lei, da condição pecadora dos seus irmãos e da devoção religiosa dos piedosos para ganhar dinheiro. (João 2:14) A questão não pára por aqui, a dúvida de alguns cristãos sinceros, como a crítica dos incrédulos, está no fato que nos é relatado pelo evangelista:

“E tendo [i.e Jesus Cristo] feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas.” (João 2:14)

Os outros relatos paralelos não acrescentam muito no que diz respeito à esse comportamento de Cristo. Analise abaixo as passagens:

“E Jesus entrou no templo e lançou fora todos os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos que vendiam pombas.” (Mt 21:12)

“Chegaram então a Jerusalém. Ali entrou no templo e principiou a lançar fora os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos que vendiam pombas;...” (Mr 11:15)

“E entrou no templo e principiou a lançar fora os que vendiam,...” (Lc 19:45)

Bem, não apenas esse incidente é levantado pelos críticos como prova do descontrole emocional de Cristo, mas também no que diz respeito às profecias messiânicas. No salmo profético-messiânico de número 2, nos diz a respeito do então futuro Messias de Israel:

“Beijai ao filho, para que Ele não se ire
E não pereçais [no] caminho,
Pois a sua ira se acende com facilidade.
Felizes todos os que se refugiam nele.” (Salmos 2:12)

Será isto uma prova de que Ele não tinha nada de divino, que ele tinha “ups and downs” em sentido emocional? Será que esses relatos provam que Ele era um simples humano que teve seu momento de descontrole emocional? Será que Jesus “perdeu a cabeça”, como as pessoas costumam dizer? Era Ele alguém de “pavio curto”? 

Nosso ponto de partida para entendermos esse comportamento de Cristo é uma análise rápida de Sua personalidade divina. Quando os céticos e críticos citam passagens das Escrituras contra a pessoa de Cristo, isso parte da pré-estabelecida concepção de que Jesus era um mero homem imperfeito, como cada um dos outros que pisaram nessa terra. Portanto, tendo esse pensamento distorcido da pessoa de Cristo, isso lhes leva a olhar para essa passagem como a de apenas um descontrolado com um chicote na mão.

Bom, honesto leitor(a), quer você seja um cético, agnóstico, ateu, ou mesmo um cristão sincero, vamos levar primeiro em consideração a verdadeira personalidade de Cristo. 

O apóstolo cristão Paulo, ao escrever a sua epístola aos cristãos que moravam na cidade de Colossos, disse o seguinte em uma analise cristológica: 

“Ele [i.e Jesus Cristo] é a imagem do Deus invisível.” (Col. 1:15)

Que paradoxo! Quando pensamos em imagem, logo nos vem à mente forma, contorno, algo visível e tocável. No entanto, Paulo disse que Jesus era a imagem perfeita de um Deus “invisível”, que não podemos nem tocar nem ver. Obviamente, Paulo está se referindo as qualidades espirituais que compõem a Pessoa de Deus. Em Hebreus 1:3, o apóstolo usa a expressão equivalente: “a expressa imagem da sua pessoa”, ou seja, da pessoa de Deus. No grego, essa mesma expressão (και χαρακτηρ της υποστασεως αυτου) pode ser vertida de outras duas formas: 1) “representação exata do seu próprio ser”, 2) “a imagem estampada pela sua substância”.

Assim, quando observamos descrições do A.T e do N.T combinadas, que nos falam a respeito das qualidades de Deus, vemos ali a própria imagem de Cristo.

Em Êxodo 34:6, Moisés diz:

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